Ministro do Turismo do Peru, Martin Perez, fala ao Diário do Turismo

O ministro do Comércio Exterior e Turismo do Peru, Martin Perez, atendeu o Diário do Turismo em São Paulo, um pouco antes de reunir-se com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Miguel Jorge, ocasião em que tratariam de assuntos relacionados à ampliação das relações comerciais ente os dois países, que hoje está na ordem dos US$ 3 bilhões. Nesta entrevista, concedida ao editor do DT, jornalista Paulo Atzingen, Perez afirmou que o Peru crescerá entre 1,5% e 2% este ano e de 5 a 6% no ano que vem, “voltando ao ritmo dos últimos 90 meses”, afirmou ele.

Acompanhado por Mara Seminário Maron, diretora de Promoção do Turismo da PromPeru - órgão responsável pela difusão do turismo do país andino, Perez falou também das diretrizes da Lei Geral do Turismo, que, como ex-parlamentar, ajudou a criar. Esta Lei, de acordo com o ministro peruano, auxiliará o turismo do Peru a crescer 10% acima da média mundial e, em um espaço de tempo aproximado de seis anos, receber cerca de dois milhões a mais de turistas, dobrando as chegadas internacionais ao país andino, que em 2008 acolheu 2.05 milhões de pessoas. No ano passado, 63 mil brasileiros visitaram a terra dos Incas.

Diário – Quais são as principais diretrizes da Lei Geral do Turismo do Peru que foi assinada esta semana em Lima? Perez – Trata-se de uma lei que ficou sete anos no congresso peruano, do qual participei. A promulgação desta lei traz uma série de benefícios para a atividade turística no país, como estabelecer as responsabilidades e as funções dos governos nacional, regionais e locais. Incorpora também cláusulas importantes sobre a proteção ao turista e proporciona meios para que o turismo funcione como um eixo descentralizador e de inclusão social. Diário – O senhor poderia dar mais detalhes... Perez – Nossa Lei do Turismo contém 49 artigos e 11 princípios da atividade como inclusão cultural dos grupos sociais e de pessoas com deficiências, além do comércio justo, que deve buscar uma distribuição equitativa dos benefícios econômicos em prol da população do destino turístico, além de que ela propiciará a instituições públicas e privadas, por meio da Rede de Proteção ao Turista, a possibilidade de aperfeiçoar o sistema de segurança já existente. Diário – O senhor assumiu o cargo de ministro do Turismo do Peru a quanto tempo? Perez – Exatos três meses. Dia 12 de julho. Diário –Quais as principais diretrizes que o senhor pretende tomar à frente da pasta? Perez – Faremos um enorme esforço para incrementar o turismo interno, aperfeiçoando o receptivo. A idéia é crescer 10% acima da média do turismo mundial. Nos últimos 90 meses o Peru cresceu em média de 5% a 7%. Queremos utilizar o turismo como ferramenta de interação, descentralização e desenvolvimento econômico. Diário – Um estudo econômico recente aponta que a Venezuela, a Colômbia, o Peru e o Brasil são países que saem fortalecidos da crise econômica. Como o senhor avalia isso? Martin Perez – O Peru teve um excelente comportamento em resposta à crise. Este ano de 2009 tivemos um crescimento em torno de 1,5% a 2%. Em 2010 cresceremos de 5% a 6% e ao que tudo indica, manteremos esse crescimento nos anos seguintes. Existe uma política de abertura econômica no país e uma consciência de que a única forma de crescer é se adaptar aomundo globalizado. Um exemplo é a isenção de carga tributária a qualquer tipo de maquinário exportado pelo Brasil. Diário – Como está a indústria hoteleira em seu país? Perez – Estamos avançando. O primeirohotel Westin Libertador (cinco estrelas) está sendo construído em Lima. Teremos o Marriott em Cuzco, um InterContinental em Lima, que se junta ao Crowne Plaza, da rede IHG, um Sonesta entre outros, também importantes. Creio que nos próximos cinco anos teremos em torno de 5 bilhões de dólares de investimentos em hotéis. Diário – Qual foi o objetivo dessa visita? Perez – Queremos que o Brasil facilite a entrada de seus itens de exportação e que reduza restrições a vários dos nossos produtos, como os in natura. O objetivo é aprofundar as relações comerciais entre os dois países, já que alcançamos nessa relação bilateral cerca de US$ 3 bilhões. Por meio da Promperu fechamos os detalhes de um acordo de capacitação para os operadores e agentes de viagens para se aperfeiçoarem ainda mais em “vender” o nosso país. Essa capacitação vem ocorrendo nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Ribeirão Preto, Vitória, Santos, Porto Alegre, Salvador e Brasília.