O nível de emprego da indústria paulista, apurado pela Fiesp e o Ciesp, voltou a registrar resultado positivo em setembro. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14), o índice subiu 0,2% com ajuste sazonal, após voltar ao "nível zero" no mês anterior, e deixou para trás uma série de doze baixas seguidas.
O último resultado positivo havia sido apurado em agosto do ano passado, mês que indicou crescimento de 0,11% em termos ajustados. Uma variação expressiva no nível de emprego, porém, não ocorria desde junho de 2008 (0,23%). "Comemoramos não apenas a retomada a um patamar positivo, mas principalmente porque esta retomada está se dando por um número forte, de boa constituição. Isso indica consistência na recuperação", avaliou Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp. Regiões Das 36 Diretorias Regionais do Ciesp pesquisadas, 25 apresentaram bom desempenho no mês, sete tiveram comportamento negativo e quatro ficaram estáveis. Chama atenção a recuperação do emprego na Grande São Paulo (0,79%) – onde a produção está espraiada nos diversos setores –, que superou o índice do interior paulista (0,61%). O nível de emprego industrial teve queda mais expressiva nas regiões de: Sensor: melhor nível histórico O indicador antecedente da Fiesp atingiu 59,3 pontos na primeira quinzena de outubro, o maior resultado da série histórica do Sensor, iniciada em junho de 2006. Todas as variáveis seguem a boa perspectiva do índice: o item vendas, com 63,2 pontos, também alcançou a melhor pontuação. Os outros índices acompanharam a tendência de alta: mercado (65,9), investimento (58,3), emprego (56,5) e estoque (51,3). Segundo Paulo Francini, o Sensor – que apura a sensação dos empresários em relação ao ambiente de negócios – está indicando que a estrutura da indústria voltou a funcionar de forma adequada. “É possível dizer que o empresário nunca esteve tão otimista. O nosso 'farol de proa' está gritando que o que vem à frente é bom", avaliou o diretor do Depecon. A Fiesp e o Ciesp, que esperavam uma queda de 7% no nível de emprego ao final do ano, revisaram a projeção para -5%, que ainda assim deve indicar a eliminação de 200 mil vagas em relação ao ano passado. "Prevemos a continuidade do bom desempenho que se iniciou em setembro, mas dificilmente conseguiremos recuperar o saldo negativo", ponderou Francini. Os motivos: a queda nas exportações de produtos industrializados, que carrega um impacto de 8% na matriz de empregos do estado, e a perda de vagas que geralmente ocorre nos meses de novembro e dezembro, em função das demissões sazonais no setor sucroalcooleiro.
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