quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Indústria paulista confirma recuperação e abre 14 mil vagas em setembro, segundo Fiesp


O nível de emprego da indústria paulista, apurado pela Fiesp e o Ciesp, voltou a registrar resultado positivo em setembro. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14), o índice subiu 0,2% com ajuste sazonal, após voltar ao "nível zero" no mês anterior, e deixou para trás uma série de doze baixas seguidas.

"A indústria está otimista com a volta do emprego que interrompe um ano de quedas consecutivas, e mostra que o movimento de retomada é consistente”, afirmou Paulo Skaf (foto), presidente da Fiesp/Ciesp. "O mercado interno vai bem e para uma parte do setor industrial, a crise já está superada", disse.
O dado sem ajuste sazonal (0,63%) mostra uma geração líquida de 14 mil vagas em setembro. Em relação ao comportamento do mesmo mês em anos anteriores, desde 2005, o resultado atual foi superior – e só não foi melhor do que o apurado em setembro de 2007 (0,74%).
No ano, o setor de transformação ainda acumula perda de 43 mil postos de trabalho (-1,89%). Na comparação com setembro de 2008, são 198 mil vagas a menos (-8,19%).

O último resultado positivo havia sido apurado em agosto do ano passado, mês que indicou crescimento de 0,11% em termos ajustados. Uma variação expressiva no nível de emprego, porém, não ocorria desde junho de 2008 (0,23%).

"Comemoramos não apenas a retomada a um patamar positivo, mas principalmente porque esta retomada está se dando por um número forte, de boa constituição. Isso indica consistência na recuperação", avaliou Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp.

Regiões

Das 36 Diretorias Regionais do Ciesp pesquisadas, 25 apresentaram bom desempenho no mês, sete tiveram comportamento negativo e quatro ficaram estáveis. Chama atenção a recuperação do emprego na Grande São Paulo (0,79%) – onde a produção está espraiada nos diversos setores –, que superou o índice do interior paulista (0,61%).

  • São Carlos liderou as contratações, com crescimento de 2,66%, influenciado por Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (10,47%) e Produtos Alimentares (9,26%).
  • Diadema aparece na sequência, com alta de 1,81% no mês, puxada por Borracha e Plástico (1,59%) e Veículos e Autopeças (1,35%).
  • Em terceiro lugar, Bauru, também com expansão de 1,81%, devido à geração de empregos nos setores de Vestuário (7,52%) e Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (0,87%).

O nível de emprego industrial teve queda mais expressiva nas regiões de:

  • Jaú (-0,92%), devido ao recuo nos setores de Produtos Alimentares (-2,55%) e Couro e Calçados (-1,38%);
  • Mogi das Cruzes (-0,53%), sentida nos segmentos de Móveis (-21,27%) e Máquinas e Equipamentos (-4,25%);
  • São Bernardo do Campo (-0,5%), influenciada por Máquinas e Equipamentos (-10,85%) e Borracha e Plástico (-1,07%).

Sensor: melhor nível histórico

O indicador antecedente da Fiesp atingiu 59,3 pontos na primeira quinzena de outubro, o maior resultado da série histórica do Sensor, iniciada em junho de 2006. Todas as variáveis seguem a boa perspectiva do índice: o item vendas, com 63,2 pontos, também alcançou a melhor pontuação.

Os outros índices acompanharam a tendência de alta: mercado (65,9), investimento (58,3), emprego (56,5) e estoque (51,3). Segundo Paulo Francini, o Sensor – que apura a sensação dos empresários em relação ao ambiente de negócios – está indicando que a estrutura da indústria voltou a funcionar de forma adequada.

“É possível dizer que o empresário nunca esteve tão otimista. O nosso 'farol de proa' está gritando que o que vem à frente é bom", avaliou o diretor do Depecon.

A Fiesp e o Ciesp, que esperavam uma queda de 7% no nível de emprego ao final do ano, revisaram a projeção para -5%, que ainda assim deve indicar a eliminação de 200 mil vagas em relação ao ano passado.

"Prevemos a continuidade do bom desempenho que se iniciou em setembro, mas dificilmente conseguiremos recuperar o saldo negativo", ponderou Francini. Os motivos: a queda nas exportações de produtos industrializados, que carrega um impacto de 8% na matriz de empregos do estado, e a perda de vagas que geralmente ocorre nos meses de novembro e dezembro, em função das demissões sazonais no setor sucroalcooleiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário