terça-feira, 27 de outubro de 2009

DT entrevista o Secretário de Turismo da Cidade do México, Alejandro Durán


O turismo se converteu, nas últimas décadas, em um dos principais setores econômicos do mundo, por seus níveis de investimento. Números do Conselho Mundial de Viagens e Turismo apontam para 11% a participação do turismo na produção mundial e cerca de um em cada 11 empregos é relacionado ao setor. Esses números e dados são explicados nessa entrevista exclusiva de Alejandro Rojas Diaz Durán, Secretário de Turismo da Cidade do México, concedida ao Diário do Turismo durante a Feira das Américas, Abav, no Rio de Janeiro.

Rojas Durán lembra que veio ao Brasil para iniciar os acordos com as lideranças turísticas para a FITA 2010 – Feira Internacional de Turismo das Américas, que ocorre de 23 a 26 de setembro no Distrito Federal (DF) - México. “Somos o portão de entrada do México; só o nosso aeroporto recebe por ano 32 milhões de passageiros. Cosmopolita, a capital mexicana combina o passado multicultural dos Astecas com a vanguarda do Século XXI”, disse Alejandro ao DT. “Além disso, continua ele, o ano de 2010 será de grande importância histórica para nosso país. Primeiro porque comemoramos os 200 anos do início da Guerra da Independência, e segundo porque comemoraremos o centenário da Revolução Mexicana”, explicou. Acompanhe a entrevista concedida ao jornalista Paulo Atzingen, editor do Diário do Turismo.
Diário: Quais as principais diretrizes da FITA?

Alejandro Durán: Trata-se da primeira feira mundial que realiza o México e está aberta a todos os países irmãos e amigos. É um evento para que todo o hemisfério, toda a América tenha uma porta e uma janela aberta para que o turismo possa desenvolver suas competências profissionais. Queremos que o Brasil seja nosso parceiro estratégico. Este país irmão é muito importante que participe, pois ele representa a vocação turística, a beleza, o patrimônio, a cultura; é um país ideal para se fazer negócios. O Brasil representa uma nova era do turismo no mundo. Queremos fazer um acordo regional, um acordo turístico com as Américas.

Diário - O secretário executivo do governo Federal, Márcio Favilla, esteve com o senhor. É o início de um acordo entre o Brasil e o México?
Durán – Sim, ele agora é diretor executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT), e trata de assuntos da América Latina. É o primeiro executivo para as Américas que não é espanhol, primeiro latino-americano nesse importante posto da OMT. Vai nos auxiliar. Nos reuniremos também com o ministro (do turismo) Luiz Barretto para estabelecermos o refinamento desse acordo.
Diário - Qual a principal pauta?

Durán Queremos, entre outros assuntos, estabelecer com ele e outros representantes do governo brasileiro um acordo diplomático, por meio de mecanismos legais de que até a Copa do Mundo de 2014 a exigência do visto não mais será necessária. Nosso primeiro passo, por meio dos operadores turísticos que em vendas de grupos, se possa obter o visto de forma automática, e portanto, mais rápida; o segundo passo é abolir totalmente o visto a partir dos acordo bilateral.

Diário – A crise sanitária e seus efeitos no turismo definitivamente fazem parte do passado?
Durán – Temos tido crescimento exponencial após a crise sanitária de pelo menos 80%. Graças aos agentes de viagens e operadores brasileiros têm-se elevado os números de turistas em nossa cidade. Criamos um conceito de promoção denominada Asteca-Maia, que entende-se por Sol e Praia, Lua e Cultura. Temos uma relação estreita de respeito mútuo com o Brasil e isto está sendo concretizado nos números.
Diário – Em 2005 foi divulgado o Plano Nacional de Turismo do México. A Capital Federal tem um plano de turismo?
Durán Sim, temos um plano para 25 anos. A própria FITA é parte desse plano. Para se ter uma idéia dos números da Cidade do México, ela aporta 1/3 do Produto Interno Bruto Nacional. Ou seja 30% do nosso comércio e serviço é relacionado ao turismo. A vocação da cidade obedece três eixos: turismo, inovação e conhecimento. Estamos sempre nos inovando, pois modelos antigos devem ser sempre substituídos por outros. Nós próximos 25 anos, por exemplo, o turismo será mais importante que o petróleo. Por isso estamos na Cidade do México executando um projeto para o futuro.
Diário – O senhor tem números globais?

Durán - O turismo se converteu, nas últimas décadas, em um dos principais setores econômicos do mundo, por seus níveis de investimento. Números do Conselho Mundial de Viagens e Turismo apontam ao redor de 11% da produção mundial e cerca de 1 a cada 11 empregos é relacionado ao turismo. São estimados que 1.5 bilhão de pessoas viajarão em 2020, e por isso, e por outras razões, o turismo merece uma atenção muito especial tanto pela iniciativa privada como pelo poder público.
Diário – E os números da Cidade?

Durán - A Cidade do México teve em 2009 um crescimento estimado em torno de 8% no turismo interno. A própria OMT nos certificou como um dos destinos de classe mundial. No ano passado, só a Cidade do México, recebeu 12 milhões de turistas.
Diário - A Cidade do México está apta para um evento da envergadura de uma FITA?

Durán Sim, não temos apenas um prefeito na cidade, mas um estadista. Grandes obras de infra-estrutura estão sendo executadas, desde mobilidade e transporte a recuperação do espaço público e segurança. Em 2010 a Cidade do México se transformará na cidade mais vigiada do mundo com mais de 9 mil câmeras de vídeo distribuídas. Já temos funcionando um sistema de segurança turística nos corredores mais importantes da cidade.

Em termos de serviços turísticos possuimos atualmente 48.7 mil apartamentos distribuídos em 657 hotéis e somos o portão de entrada do México, sendo que só o nosso aeroporto recebe por ano, 32 milhões de passageiros. Somos uma cidade cosmopolita, que combina o passado multicultural dos Astecas com a vanguarda do Século XXI. Além disso, o ano de 2010 será de grande importância histórica para nosso país. Primeiro porque comemoramos os 200 anos do início da Guerra da Independência, e segundo porque comemoraremos o Centenário da Revolução Mexicana.

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