domingo, 25 de outubro de 2009

ABAV - Márcio Favilla: o que importa no turismo é a geração de empregos decentes


Um dos técnicos do governo federal que mais passa credibilidade por sua coerência, clareza nas colocações e por seu apuro intelectual, Márcio Favilla Lucca de Paula, secretário-executivo de Relações Institucionais da Presidência da República, conversou com o Diário do Turismo, durante a Feira das Américas, no RioCentro. Com status de vice ministro, Márcio tem uma visão panorâmica do turismo e trata o assunto com o crivo de um estadista, já que representa o Brasil em encontros internacionais mundo afora. A grande novidade é que Márcio Favilla acaba de ser conduzido ao cargo de diretor executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT), na ocasião da escolha do novo secretário geral da Organização Mundial, ocorrida há duas semanas na Jordânia. Acompanhe abaixo a entrevista concedida ao jornalista Paulo Atzingen, diretor do DT:

Diário – Quais serão suas atribuições como diretor executivo da OMT?
Márcio Favilla: Estamos no momento tratando de definir as áreas de responsabilidades. Em princípio vai me caber cuidar do tema de competitividade e também o trabalho de interação e coordenação com as demais agências da ONU, como a Unesco, o PNUD, todos elas tem trabalhos vinculados ao turismo então éimportante que nós trabalhemos de forma coordenada. Além disso, pretende-se ampliar o relacionamento como Banco Mundial, com o BID e outras organizações internacionais que de uma forma ou de outra tem relacionamento com a OMT.

Diário – E a América Latina, especificamente?
Favilla: Pelo fato de eu ser da região deverei acompanhar as questões envolvendo os países iberoamericanos e outros países como a Angola, Moçambique, e outras da OMT também deverei acompanhar, um trabalho sobre temas específicos de cada região.

Diário – O senhor coordenará também a viabilização das Contas Satélites?
FAvilla Como você sabe, há dois anos e meio sai do Ministério do Turismo e não acompanho mais o dia-a-dia do tema. No entanto, este assunto estará comigo na OMT. Quero dar um impulso nisso. É verdade que o tema das contas satélites é de difícil implantação, já que requer um trabalho de fôlego em termos estatísticos, mas há outras questões que temos que considerar que hoje a OMT não acompanha, como por exemplo o resultado do turismo interno dos países.

Diário – Como assim?
Favilla Para países que tem um mercado doméstico grande como o Brasil, como o México, enfim , o turismo interno é economicamente importante e, para esse tema, nós precisaremos dar um impulso. E principalmente saber qual é o impacto em termos de geração de empregos decentes que o turismo gera. Isso em linha com o que a ONU exige. Empregos formais, já que essa é a agenda da Organização Internacional do Trabalho, da ONU, essa é a agenda do Brasil.

Diário – E tem crescido?
Favilla Ontem (sexta-feira) saiu mais uma vez os números de empregos formais gerados no Brasil, mais um recorde. Felizmente estamos recuperando a trajetória que foi interrompida pela crise no ano passado. E se há um indicador que nós, que cuidamos das políticas públicas e deveríamos priorizar, se tivéssemos que dizer qual é o resultado mais importante desse trabalho eu diria: geração de empregos decentes.

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